“Doze homens e uma sentença”

 

    O filme consiste em um júri de doze homens, que tem por réu um jovem acusado de matar o pai. A decisão final tem de ser unânime, e se considerado culpado, seria morto. Inicialmente, somente um homem não é a favor da condenação, e a partir de então começa o desenrolar da história, uma vez que esse homem utiliza de uma sólida argumentação para convencer os outros onze. No final, consegue convencer a todos, e o réu é julgado como inocente.

    A questão entre os homens se volta mais para a honra, o orgulho e a ideologia de cada um, do que para a condenação propriamente dita, ou seja, aqueles onze homens, que julgaram o réu como culpado, não estavam se preocupando com a vida de um inocente, quem sabe, que estaria em jogo, mas estavam dando ênfase ao que tinham de fazer lá fora.

    O lado humanista do homem que julga o réu inocente é o que mais chama atenção, uma vez que não existem provas concretas contra o jovem, e sendo assim o homem não trataria do caso como uma banalidade, mas sim como algo sério, que poderia tirar a vida de um inocente, e é essa essência humana que falta nos dias de hoje, e que no filme aparece explicitamente com as atitudes e argumentações desse homem.

 

Thuanny Caraponale é aluna do 2º ano do Ensino Médio

O casal

     Estava sozinho em um shopping; sei o que você deve estar pensando: quem vai ao shopping sem ninguém? Mas considere que meu “acompanhante” me ligou dizendo que não poderia ir quando eu já estava com os ingressos e a pipoca na mão. Por isso resolvi ficar sentado, naquelas mesinhas do cinema, esperando por algum milagre ou simplesmente o início da minha sessão.

Enquanto estava lá, um típico casal de jovens sentou na mesa ao lado. Apaixonados, alegres e risonhos, pareciam até ter nascidos grudados. Se beijavam o tempo todo e quando paravam para respirar, imagino, davam risada e continuavam. Pouco tempo se passou até que um outro casal, um pouco diferente, sentou-se em outra mesa. Digo um pouco diferente por que estamos falando de um casal de gays.

    Não eram tão grudados ou risonhos como o primeiro casal, mas estavam tão apaixonados e alegres quanto. Não se beijaram em momento algum, mas ficaram de mãos dadas o tempo todo. E isso pareceu o suficiente para incomodar o casal de jovens, pois o garoto se levantou e, acompanhado da namorada, foi em direção ao balcão, que ficava na entrada. Lá, o funcionário do cinema avisou que o filme já havia começado.

    Sendo assim, a mocinha pegou os ingressos da carteira e entregou para o rapaz. Este começou a gritar com ela, chamá-la de burra, ignorante, analfabeta e todos os adjetivos que pudessem insultar a sua inteligência. Tudo isso por que ela comprara ingressos para uma sessão legendada.

    Foi um imenso show, ele gritando e ela chorando. Mas depois que as cortinas se fecharam e eles entraram para assistir o filme, sem aplausos, observei o segundo casal. Estavam tão pasmos quanto eu, mas desta vez se abraçavam com muita força e olhavam em direção ao casal de “normais”, como se estes ainda tivessem muita coisa para aprender sobre o amor.

 

Crônica produzida pela aluna Amanda Malerba, do 2º A